Дааа дааа и еща раз даа. Поделом карнейрно.

CRÍTICA: Nem Carminha, nem Nina. Jorginho precisa de uma virada

A Maria Eduarda de “Por amor” (Gabriela Duarte) foi a primeira personagem da teledramaturgia a inspirar, em 1997, uma campanha negativa. Mimadíssima pela mãe, motivou os internautas de então, na época em número bem mais reduzido, a protestar. O motivo: sua chatura. De lá para cá, outros tipos ocuparam esse posto, como a Diana de “Passione” (Carolina Dieckmann), a Helena de “Viver a vida” (Taís Araújo) e a Marina de “Insensato coração” (Paolla Oliveira), só para citar alguns. É uma conjunção de fatores — muitas vezes subjetivos — que arrasta um tipo para essa vala de onde ele dificilmente sai. O ator, ao contrário, pode dar a volta por cima com papéis mais interessantes que interpretam depois. Aconteceu com Gabriela, com Taís e com Carolina.

O chato da vez é Jorginho, não à toa um jogador de futebol da segunda divisão. O personagem de Cauã Reymond em “Avenida Brasil” faz lembrar um peru de Natal bêbado, andando em círculos. Ou a galinha de domingo do conto de Clarice Lispector, fugindo da panela sem saber para onde e sem lograr sucesso.

Não é um problema do ator, que está bem em cena. É Jorginho mesmo. Ele gosta de Nina (Débora Falabella), mas é enrolado por ela o tempo todo, sem jamais aprender a lição. Na sequência dessa la ronde de infelicidades amorosas, vem Débora (Nathalia Dill), que sofre por ele, mas topa o humilhante prêmio de consolação de ser seu ombro amigo. Sua única relação totalmente positiva é com o pai adotivo, Tufão (Murilo Benício), a quem ele está traindo ao omitir a verdade sobre Carminha (Adriana Esteves) e Max (Marcello Novaes). Ele nunca chega a lugar algum. E quando aparece, é para choramingar, beber, ou sofrer uma crise de sonambulismo.
Jorginho é o Oswaldo Montenegro das novelas.